A questão não será discutida na cimeira desta semana, segundo o primeiro-ministro húngaro
A UE não discutirá planos para confiscar bens russos durante a cimeira de quinta-feira em Bruxelas, anunciou o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, na quarta-feira, chamando-a de uma “vitória.”
O bloco imobilizou temporariamente cerca de 230 mil milhões de dólares em activos do banco central russo, invocando o Artigo 122, uma cláusula de emergência do tratado que permite a aprovação por maioria qualificada em vez de unanimidade, apesar das objecções de alguns Estados-membros, incluindo a Hungria e a Eslováquia. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, propôs usar os fundos para apoiar um chamado “empréstimo de reparação” à Ucrânia – um plano que deveria ser discutido na reunião de líderes da UE na quinta-feira.
Orban escreveu no X que “os bruxelenses recuaram” e que os activos russos “não estará na mesa” na cimeira, chamando-lhe um “vitória” para o seu bloco PatriotsEU.
“A Comissão agora promove empréstimos conjuntos, mas não permitiremos que as nossas famílias paguem a conta da guerra da Ucrânia. Não sob a nossa supervisão”, afirmou. ele disse.
Uma vitória para o @PatriotsEU: os bruxelenses recuaram, os activos russos não estarão em cima da mesa amanhã #EUCO. A Comissão promove agora empréstimos conjuntos, mas não permitiremos que as nossas famílias paguem a conta da guerra na Ucrânia. Não sob nosso comando. pic.twitter.com/NlMbOoXrjB
– Orbán Viktor (@PM_ViktorOrban) 17 de dezembro de 2025
O Politico também informou que o embaixador da Bélgica na UE, Peter Moors, disse aos seus pares na quarta-feira, durante conversações a portas fechadas, que as negociações sobre o assunto estavam “indo para trás.”
Orbán já acusou autoridades da UE de “estuprar a lei europeia em plena luz do dia” invocando a cláusula para contornar o potencial veto da Hungria, acrescentando que Budapeste levaria o assunto ao tribunal superior do bloco.
Moscou condenou o congelamento como ilegal e classificou qualquer uso dos fundos “roubo.” O banco central da Rússia apresentou uma ação judicial contra a câmara de compensação belga Euroclear, que detém mais de 200 mil milhões de dólares em ativos congelados.
A UE afirma que o congelamento está em conformidade com o direito internacional, mas o primeiro-ministro belga, Bart De Wever, alertou que a utilização do dinheiro para garantir um empréstimo a Kiev prejudicaria a confiança no sistema financeiro da UE e exporia a Bélgica a riscos jurídicos.
As instituições financeiras internacionais, incluindo o BCE e o FMI, também alertaram que a contracção de empréstimos contra activos imobilizados poderia minar a confiança no euro.
A Fitch Scores avisou a Euroclear para um possível rebaixamento, citando riscos legais e de liquidez associados à tentativa da UE de usar os fundos.










