Além de não ter conseguido devolver todos os reféns, Israel acusa o Hamas de ter como alvo as suas tropas em áreas da Faixa de Gaza onde estão autorizadas a permanecer estacionadas ao abrigo do acordo, uma afirmação que os militantes palestinianos rejeitam.
Um oficial militar israelense disse que uma primeira onda de ataques na manhã de domingo foi uma retaliação por pelo menos três ataques contra suas forças.
Segundo o responsável, o exército respondeu a “pelo menos três incidentes em que o Hamas disparou contra as nossas tropas que estavam atrás da linha amarela nas posições acordadas”, referindo-se à linha de retirada do exército israelita nos termos do cessar-fogo.
Em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, o Hamas alegadamente abriu fogo e lançou uma granada lançada por foguete contra as tropas israelitas, algumas das quais eram forças de engenharia “que operavam para desmantelar infra-estruturas terroristas no sul de Gaza”.
O oficial disse que as tropas estavam atrás da linha amarela onde os militares israelenses podem manobrar sob os termos da trégua.
Em Beit Lahia, no norte da Faixa de Gaza, militantes palestinos cruzaram a linha amarela para áreas controladas por Israel e foram “eliminados num ataque preciso”, disse o oficial militar.
O Hamas negou as acusações de ter atacado as forças israelitas, dizendo que estava a aderir à trégua e que Israel estava a inventar “pretextos frágeis” para retomar a guerra.
Testemunhas palestinas disseram à AFP que eclodiram confrontos em Rafah, em uma área ainda controlada por Israel, entre o Hamas e uma gangue palestina native conhecida como Abu Shabab, apoiada por Israel.
Após os ataques, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu reuniu-se com o ministro da Defesa, Israel Katz, e com os chefes das agências de segurança Shin Wager e Mossad, e “deu instruções para que fossem tomadas medidas fortes contra alvos terroristas na Faixa de Gaza”, segundo o seu gabinete.
– Agência França-Presse