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‘Bugonia’ é divertido como o inferno, incrivelmente atual e impossível de esquecer

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Os filmes de Yorgos Lanthimos são sempre um pouco errados. Superficialmente, eles parecem normais, mas brand abaixo disso há algo inesperado. Um homem que procura o amor, mas se não o encontra, vira um animal. Uma mulher explora seu auge sexual, mas na verdade ela é um cadáver reanimado. Esse tipo de coisa. Bugôniaa última novidade do talentoso cineasta, é mais ou menos isso, mas também não. Tem uma reviravolta estranha, mas a reviravolta, desta vez, é o ponto. Todo o filme é centrado na questão de como perceber o que está acontecendo e, ao focar nessa estranheza, Lanthimos criou um filme com tensão, pungência e acessibilidade que está além de praticamente todos os seus filmes anteriores. É fenomenal.

Teddy e Don (Jesse Plemons e Aidan Delbis) são primos que moram juntos em algum lugar da zona rural da América. Eles tiveram uma vida difícil, o que, especialmente no caso de Teddy, o tornou muito suscetível a culpar os outros. E, ao culpar os outros, ele ficou obcecado com uma teoria da conspiração de que alienígenas vivem entre nós e pretendem dominar o planeta. Um desses alienígenas, pensa Teddy, é Michelle (Emma Stone), CEO de uma poderosa empresa farmacêutica. Teddy então convence seu primo Don a ajudá-lo a sequestrar Michelle, esperando que ela os coloque em contato com outros alienígenas para que possam salvar o mundo.

O elenco principal de Bugônia. – Foco

Só que Michelle não é uma alienígena, certo? Ela é? Ela não poderia estar. Essa é a linha que passa bem no meio Bugôniapermitindo três performances incríveis que o exploram de todas as formas imagináveis. Para Teddy, Michelle é uma alienígena. Tudo o que ela diz em contrário é exatamente o que um alienígena diria. Ele só vê o que quer ver e acredita no que quer acreditar. Para Michelle, ela não é uma alienígena, mas mesmo com seu estilo de vida incrivelmente inteligente, polido e corporativo, ela fica cada vez mais frustrada ao oferecer a Teddy argumento após argumento em sua defesa. Ambos estão certos em suas próprias mentes – só que, sabemos, um deles tem que estar errado.

Tudo isso, é claro, parece de alguma forma arrancado das manchetes. Esta é a Pizzagate. Este é o “Hoax da Rússia”. Isso é adulteração eleitoral. Mas não importa sua posição em qualquer uma dessas coisas, Lanthimos nunca toma partido de qualquer maneira. Uma pessoa pode assistir ao filme inteiro e permanecer cética em relação a Teddy e Michelle. Outro pode assistir e ficar do lado de um ou de outro. A direção prática, em grande parte confinada a uma única casa, permite que Plemons e Stone brilhem e deem tudo de si na busca pela verdade, e é fascinante assistir.

Mesmo com essas duas potências em ação, o verdadeiro coração do filme é Don. Nunca é explicitamente declarado se há algo de errado com Don, mas pode haver. Ele é lento. Ele tem fala mansa. Ele parece ter dificuldade em compreender a maioria das narrativas de Teddy. Mas ele ama Teddy. Teddy é sua única família. E então Don o acompanha, embora pareça muito menos seguro da verdadeira natureza de Michelle do que seu primo. A atuação discreta e inocente de Delbis insere um pára-raios emocional no meio do cenário, que desafia cada um dos outros personagens várias vezes. Ele dá ao filme uma alma que eleva a história já dinâmica.

Bugônia Emma Stone
Emma Stone em Bugônia. – Recursos de foco

Alguns outros personagens entram e saem do filme, como um xerife interpretado por Stavros Halkias e flashbacks da mãe de Teddy interpretada por Alicia Silverstone. Na maioria das vezes, porém, Bugônia é em grande parte um jogo de três mãos, o que cria uma tensão extrema. Também há humor. Também há sustos. E à medida que o filme finalmente revela suas camadas mais secretas e reveladoras, ele se torna algo completamente diferente. Uma reviravolta que felizmente não domina o resto do filme, em vez disso faz maravilhas para reforçá-lo.

Algumas pessoas podem achar que os filmes de Yorgos Lanthimos são muito estranhos. Não é bem fashionable. Bugônia é seu filme mais fashionable por um quilômetro, e ainda é tão estranho e fantástico quanto seu trabalho anterior. Dê crédito ao roteiro mordaz do escritor Will Tracy (Imagem: Divulgação)O Menu, Sucessão), baseado em um filme sul-coreano de 2003 chamado Salve o Planeta Verde! Dê crédito à pontuação extremamente variada, mas sempre notável, de Jerskin Fendrix. Dê crédito às atuações dignas de prêmios de Stone, Plemons e Delbis. Então, é claro, dê crédito a Lanthimos, que juntou tudo em um filme muito divertido, incrivelmente atual e impossível de esquecer.

Bugônia agora está aberto em versão limitada. Ele abre em 31 de outubro.

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