As eleições foram o primeiro teste nacional ao apoio de Milei desde que ele assumiu o cargo, há dois anos, com a promessa de reanimar a já debilitada economia argentina através de uma série de reformas dolorosas.
Metade das cadeiras na Câmara dos Deputados e um terço das cadeiras no Senado estavam em disputa.
O período que antecedeu as eleições foi marcado por uma corrida à moeda nacional, o peso, que forçou Milei a buscar um resgate dos Estados Unidos.
Washington prometeu um pacote de ajuda sem precedentes de 40 mil milhões de dólares, mas a assistência veio com um aviso do presidente dos EUA, Donald Trump, aos argentinos de que não “seria generoso” se a eleição não corresse a favor de Milei.
‘Nada para os trabalhadores’
Antes da eleição, vários eleitores de Milei expressaram decepção com a sua liderança, especialmente com os escândalos de corrupção envolvendo membros do seu círculo íntimo.
Mas também manifestaram oposição contínua ao movimento peronista, que governou a Argentina durante grande parte da sua história pós-guerra, mas que tem sido amplamente acusado de corrupção e má gestão.
Adriana Cotoneo, uma aposentada de 69 anos que vota em Buenos Aires, disse à AFP que apoiou o partido de Milei “não porque acredite que seja a melhor opção, mas porque tenho certeza de quem quero que seja”.
A antiga comentadora televisiva Milei, de 55 anos, cortou dezenas de milhares de empregos no setor público, congelou obras públicas, cortou gastos com saúde, educação e pensões e liderou uma grande campanha de desregulamentação desde que assumiu o cargo em dezembro de 2023.
Suas reformas foram responsabilizadas por inicialmente mergulhar milhões de argentinos ainda mais na pobreza. Contudo, conseguiram abrandar a inflação em dois terços – para alívio de muitos – embora à custa de um crescimento económico, do consumo e da indústria transformadora vacilantes.
Os investidores começaram a abandonar o peso argentino no mês passado, depois que o partido de Milei sofreu uma forte rejeição nas eleições provinciais de Buenos Aires.
-Agência França-Presse










