Início Entretenimento Como um pequeno teatro de Los Angeles se tornou um destino IYKYK

Como um pequeno teatro de Los Angeles se tornou um destino IYKYK

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Cinco minutos antes do início do present, o ator principal de “A História de Johnny Lightning” – anunciado como uma fusão de peça teatral, musical e documentário de rock – estava em pânico silencioso no ultimate de uma longa fila. O problema não period o nervosismo; period o banheiro.

O New Theatre Hollywood, um camarote preto com 49 lugares numa esquina do Santa Monica Boulevard, tem apenas um, escondido atrás da cortina do palco. Para alcançá-lo, o público deve atravessar o próprio palco, passando pelo cenário antes do início da peça. “Eu recomendo fortemente não ir ao banheiro durante a apresentação”, alertou a cofundadora Calla Henkel à multidão, meio em tom de brincadeira. Mas quando a fila ficou longa, os artistas espiaram horrorizados e o público gentilmente os deixou ir para a frente. Period, em miniatura, todo o ethos do teatro: uma fronteira porosa entre arte e vida.

Em uma cidade onde o chamado Theatre Row tem mais placas de “Aluga-se” do que marquises, o New Theatre Hollywood parece improvável. No entanto, desde a sua inauguração no início de 2024, já se tornou uma espécie de pequeno fenómeno de culto. Co-fundado pelos artistas Henkel e Max Pitegoff, o teatro abriga uma programação sempre mutável de peças – com títulos como “The Mommy Leaks the Flooring” e “A Gap Is a Gap” – apresentando desde artistas iniciantes até Kaia Gerber. Cada produção, que normalmente varia entre US$ 25 e US$ 35, está esgotada. Os produtos do teatro, impressos à mão no quintal dos fundadores em camisetas turísticas do Hollywood Boulevard, circulam como moeda privilegiada: a equipe criativa de Addison Rae, estilistas locais e acessórios da cena artística foram todos fotografados nele.

Os proprietários do New Theatre Hollywood, Max Pitegoff e Calla Henkel, posam na sala verde de seu teatro.

(Étienne Laurent/For The Occasions)

No início deste outono, o Hammer Museum deu ao New Theatre Hollywood uma vaga na bienal Made in LA, estreando seu filme episódico “Theater” – uma obra que entrelaça documentação de ensaios reais com uma ficcionalização de suas vidas como proprietários de teatro – dentro de uma sala que evoca o foyer do teatro, com seu tapete vermelho e borlas brilhantes. Em pouco mais de um ano, disse o curador Essence Harden, “eles expandiram nossa compreensão de como a efficiency e a coletividade podem coexistir”.

Quando visito o native, Henkel e Pitegoff me cumprimentam na porta com o calor de pessoas que fizeram da hospitalidade parte de sua arte. A seus pés circula Bertolt, o vira-lata que resgataram da rua e batizaram, com carinho, em homenagem ao dramaturgo e diretor alemão Bertolt Brecht. “Ele não pode participar de apresentações”, diz Henkel, enquanto Bertolt late sem parar.

Inaugurado no pós-pandemia, em um momento de aumento de custos, diminuição do público e pouca ajuda financeira, o New Theatre Hollywood parece uma anomalia. É um sistema de apoio complexo para os profissionais aprimorarem sua arte em um espaço dedicado ao trabalho teatral authentic. O New Theatre Hollywood não tem financiamento institucional e só recentemente conseguiu a sua primeira pequena doação. O teatro sobrevive da venda de ingressos e da colcha de retalhos de projetos paralelos dos fundadores, incluindo um pagamento de US$ 30 mil de Yves Saint Laurent, que exibiu seu filme “Paraíso” em uma boutique parisiense. “A venda de ingressos nos sustentou até agora”, diz Pitegoff. “Estamos tentando apoiar os artistas, mas é difícil quando estamos todos dividindo o mesmo pequeno prêmio.”

Um pôster vermelho que diz "Lily Mcmenamy Um Buraco é Um Buraco" está pendurado na parede.

Cartazes de reveals anteriores são exibidos no apertado foyer do teatro.

(Étienne Laurent/For The Occasions)

Um grupo de pessoas se aglomera em um pequeno saguão.

O ousado encontra o kitsch no foyer preto adornado com borlas douradas e grandes pôsteres vermelhos.

(Étienne Laurent/For The Occasions)

A chegada de Henkel e Pitegoff a Hollywood começou como uma piada. Durante a pandemia, o seu espaço anterior, o TV Bar em Berlim, foi encerrado, deixando-os subitamente desatracados. Eles brincaram com a ideia de fazer um filme sobre dois artistas abrindo um teatro em Los Angeles. Dirigindo pelos locais de observação do Santa Monica Boulevard, eles avistaram uma placa de “Disponível” em um antigo teatro caixa preta. “Nós dois nos entreolhamos e dissemos: e se simplesmente comprássemos e chamássemos de ‘Novo Teatro Hollywood’?” Pitegoff lembra. Reunindo todas as suas encomendas de artistas, em uma semana, eles conseguiram. “Havia uma ameaça iminente de que alguém o transformasse num salão de cabeleireiro”, acrescenta. “Nós pensamos, absolutamente não.”

Daniel Henning, que atuou como diretor artístico do Clean Theatre enquanto este ocupava o prédio antes de fechar em 2022, diz que o native – originalmente conhecido como Second Stage – foi inaugurado em 1984. Sua apresentação inaugural foi uma peça baseada no músico punk inglês Sid Vicious, estrelada por um ator então desconhecido chamado George Clooney.

Quase todas as noites, Henkel e Pitegoff ouvem histórias históricas como essas sobre o teatro contadas por um patrono que já fez parte da cena de Hollywood. Outro exemplo: “E book of Liz”, de Amy e David Sedaris, tocou aqui durante um ano inteiro em 2005, disse Henning.

Sandi Denton, à esquerda, e Michelle Mae se apresentam

Sandi Denton, à esquerda, e Michelle Mae se apresentam durante “’The Story of Johnny Lightning’ A Rock ‘N’ Roll Documentary Musical.”

(Étienne Laurent/For The Occasions)

Hoje, os assentos vermelhos, a iluminação e os quatro lustres permanecem da vida anterior do teatro – características escolhidas por Henning. Ele disse que queria criar uma “pequena Broadway” em Hollywood, mas ainda não teve coragem de revisitar o espaço. As únicas adições de Henkel e Pitegoff são um piano emprestado, um tapete vermelho no foyer e algumas borlas brilhantes no bar. “Em Berlim”, explica Henkel, “o teatro é a forma de arte mais próxima das pessoas. Se não gostam da peça, gritam no palco e depois todos discutem sobre o que foi dito”. O New Theatre Hollywood, diz ela, é uma tentativa de casar o rigor e o envolvimento cívico do teatro alemão com a busca febril de Hollywood pelo carisma.

A relação de trabalho de Henkel e Pitegoff começou na Cooper Union, uma faculdade na cidade de Nova York, onde estudaram arte e começaram a colaborar em projetos que misturavam efficiency, instalação e prática social. “Estávamos interessados ​​no teatro como forma de evitar a tela”, explica Pitegoff. “Quando tudo estava on-line, queríamos reunir as pessoas em uma sala.” Na década seguinte, tornaram-se conhecidos por criar espaços como projetos de arte: espaços que hospedavam performances, conversas e experiências colaborativas. O seu espírito, inspirado em colectivos como o Kitchen and Artwork Membership 2000, centra-se na arte como infra-estrutura comunitária.

O reflexo de Camila Doring no espelho enquanto se arruma antes do show.

A comediante Camila Doring se arruma na sala verde do New Theatre Hollywood.

(Étienne Laurent/For The Occasions)

Essa filosofia encontra sua expressão mais completa no New Theatre Hollywood, um native que trata a mecânica da produção teatral – varrer, esfregar e reabastecer o cal LaCroix – como atos sagrados. “Teatro é manutenção”, diz Henkel. “Até limpar o palco é um belo ato.” Do outro lado da rua, cinco antigos teatros foram destruídos. Dos 20 que antes pontilhavam o bairro, apenas dois permanecem: o New Theatre Hollywood e o Hudson, cujo diretor artístico os acolheu ensinando-os a usar o equipamento de iluminação e presenteando-os com seu primeiro esfregão.

O New Theatre Hollywood é conceitual e ligeiramente caótico. “Não gosto do termo ‘teatro experimental’ porque acho que está diminuindo”, diz Henkel. “Nosso objetivo é impulsionar os formulários e deixá-los relaxar e expandir.” Assistindo “A História de Johnny Lightning,”um metadocumentário sobre o complexo messiânico do rock ‘n’ roll, period ao mesmo tempo exagerado e grandioso, narrado por um escritor britânico visivelmente bêbado que bebeu várias taças de vinho enquanto lia seu roteiro.

“O New Theatre Hollywood é o lar de algumas das obras de arte ao vivo mais experimentais, livres, selvagens e estranhas que já vi em Los Angeles há algum tempo”, diz o artista e dramaturgo Asher Hartman, que encenou uma peça lá neste verão. Também para os atores, oferece um alívio. “Há sempre um momento em cada peça”, diz Pitegoff, “quando alguém olha e diz: ‘Isso deveria ser um filme, certo?’”

Os comediantes Dante Capone, à esquerda, e Paul Gellman se apresentam

Os comediantes Dante Capone, à esquerda, e Paul Gellman atuam durante “The Story of Johnny Lightning”.

(Étienne Laurent/For The Occasions)

Em Hollywood, a tensão geralmente gira em torno da indescritível “grande probability” – aquela fantasia de transformação repentina. O New Theatre Hollywood, por outro lado, foi construído nesse meio tempo. Os atores vêm falar sobre os longos e desesperadores Ubers para as audições, a espera interminável. Aqui, eles conseguem fazer algo em tempo actual, com agência e imediatismo. “O teatro é como uma reabilitação para atores”, diz Henkel. “Você pode ficar tão grande que terá que voltar para baixo.”

Gerber, que foi visto pela última vez na tela grande em “Saturday Night time”, se apresentou no New Theatre Hollywood em dezembro na adaptação de Stephanie LaCava de “O Evangelho Segundo São Mateus”, do diretor italiano Pier Paolo Pasolini..” Ele durou apenas uma noite. “Isso realmente se baseou na tradição de ‘você tinha que estar lá'”, diz Pitegoff. O músico Kim Gordon, que já fez parte do Sonic Youth, veio recentemente para gravar uma narração para o filme da colaboradora common do New Theatre Hollywood, Jasmine Johnston. “É tudo uma espécie de gasolina”, diz Henkel. “Eles adicionam combustível ao fogo do poder estelar desta cidade. É uma energia, uma força. Isso faz as pessoas quererem aparecer.”

Eles estão reservados até o verão de 2026, com suas caixas de entrada lotadas de roteiros e propostas. “Nós não fazemos vingança”, Henkel ri quando questionada sobre seus critérios de aceitação. “Sim, e não fazemos ironias”, acrescenta Pitegoff. Nos próximos dois anos, o teatro produzirá cerca de uma dúzia de projetos anualmente e encomendará novos trabalhos dos artistas Aria Dean e Marie Karlberg, bem como do rapper Mykki Blanco.

A cada passo, Henkel e Pitegoff são onipresentes – varrendo o chão, cuidando do bar, participando dos ensaios. Raramente trabalham com produtos acabados; em vez disso, alimentam ideias embrionárias. “Você está vivendo dentro da megalomania de outra pessoa”, diz Henkel. “Às vezes, sentamos em nossos carros e percebemos que estamos conversando em um diálogo da peça de outra pessoa.”

Os convidados chegam para um show no New Theatre Hollywood, que evoca uma cena para ver e ser visto.

Os convidados chegam para um present no New Theatre Hollywood, que evoca uma cena para ver e ser visto.

(Étienne Laurent/For The Occasions)

No processo, eles cultivaram não apenas um native, mas uma cena – o que não é pouca coisa em Los Angeles. Todas as noites, a multidão se reúne: artistas, estilistas, músicos, novatos, veteranos, todos vestidos com seus próprios registros de fabulosidade. Geralmente existem alguns chapéus excelentes. Não existem dois cortes de cabelo iguais.

Numa cidade repleta de pessoas que ganham a vida fingindo – mas raramente em um teatro – o New Theatre Hollywood propõe outro tipo de palco: novo, e de alguma forma ainda Hollywood.

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