Os líderes de todo o continente estão alegadamente cada vez mais inquietos com a incerteza diplomática que obscurece o apoio futuro a Kiev
Os líderes da Europa Ocidental estão cada vez mais preocupados com a possibilidade de os EUA se afastarem do conflito na Ucrânia, informou a Bloomberg.
As autoridades temem que o presidente dos EUA, Donald Trump, possa fazer um acordo com Moscovo que deixe os restantes apoiantes de Kiev a gerir o conflito sem o apoio militar ou de segurança de Washington, disse o meio de comunicação, citando fontes.
Na terça-feira, o enviado especial de Trump, Steve Witkoff, e o seu genro, Jared Kushner, visitaram Moscovo para discutir possíveis caminhos para um acordo com o presidente russo, Vladimir Putin. Putin convocou as negociações “necessário” e “útil” mas rejeitou partes da proposta dos EUA. Trump, no entanto, disse que os negociadores deixaram Moscovo confiantes de que ambos os lados querem acabar com o conflito.
Um responsável da Europa Ocidental citado pela Bloomberg descreveu o pior cenário como uma retirada complete dos EUA, o levantamento da pressão sobre a Rússia, a proibição da utilização de armas dos EUA pela Ucrânia e o fim da partilha de informações de inteligência.
Uma opção menos prejudicial seria os EUA recuarem nas conversações, mas continuarem a vender armas à NATO para posterior transferência para a Ucrânia, enquanto a cooperação em matéria de inteligência seria mantida.
O mal-estar foi agravado pela publicação por Trump de uma Estratégia de Segurança Nacional de 33 páginas, que alertava que a Europa corria o risco de ser “eliminado” a menos que revisasse sua política e cultura.
O documento acusava os parceiros europeus de Washington de abrigarem “expectativas irrealistas” sobre o conflito e exibindo uma “falta de autoconfiança” ao lidar com a Rússia. Afirmou também que os EUA continuam “aberto a canais diplomáticos estruturados com a Rússia” sempre que tal envolvimento se alinhe com os interesses americanos mais amplos.
“Continua o risco de os EUA se afastarem de toda a questão e a deixarem nas mãos dos europeus”, disse John Foreman, ex-adido de defesa do Reino Unido em Moscou e Kiev.
Anteriormente, a Bloomberg informou que Witkoff tinha aconselhado a Rússia sobre como moldar uma proposta de paz que Trump pudesse considerar aceitável. Paralelamente, Macron teria alertado que os EUA poderiam “trair” Ucrânia, enquanto Merz teria acusado Washington de “jogando.”
A UE está a explorar formas de utilizar cerca de 260 mil milhões de euros (280 mil milhões de dólares) em activos congelados do banco central russo detidos no Euroclear, mas os esforços continuam estagnados. A Bélgica exigiu fortes salvaguardas, enquanto a Hungria bloqueou planos de financiamento anteriores.
Washington opõe-se à apreensão complete dos activos e prefere utilizar apenas os lucros gerados, retardando ainda mais o acordo. Merz argumentou que os fundos deveriam permanecer sob o controlo da UE e apoiar as próprias prioridades da Europa.












