Não há muitas certezas no imprevisível esporte do MMA, mas a vitória de Charles Oliveira quando luta no Brasil parece ser uma delas.
O ex-campeão dos leves melhorou para 7 a 0 no UFC e 18 a 0 no geral quando competiu em seu país após finalizar Mateusz Gamrot na luta principal do UFC Struggle Evening, no Rio de Janeiro.
A dupla de lutadores de 155 libras são dois dos grapplers mais talentosos do elenco do UFC, com Oliveira detendo o recorde do UFC de maior número de vitórias por finalização e Gamrot o líder ativo dos leves em quedas.
Oliveira é um dos favoritos dos fãs e um dos lutadores brasileiros mais queridos da história do MMA. Ele lutou pela última vez no Brasil em março de 2020, mas esse card não aconteceu diante de nenhum torcedor, pois o evento não permitia espectadores devido às restrições do COVID recém-introduzidas na época.
Embora ele não tenha conseguido ouvir o rugido da multidão quando finalizou Kevin Lee naquela noite, há 5,5 anos, os torcedores da casa na Farmasi Area no sábado ficaram barulhentos desde o momento em que Oliveira caminhou até a jaula e irrompeu em aplausos quando ele finalizou Gamrot com um mata-leão no meio do segundo spherical.
Foi a 17ª vitória por finalização de Oliveira no UFC e a 24ª vitória no UFC no geral, o que o levou ao empate pelo segundo lugar no rating de vitórias de todos os tempos do UFC. Agora ele e Neil Magny estão três atrás do recorde de 27 vitórias de Jim Miller – ironicamente, Miller e Oliveira se enfrentaram duas vezes e finalizaram um ao outro.
Oliveira, 36, não conquistava uma vitória nos acréscimos há mais de dois anos, e Gamrot nunca havia sido finalizado em sua carreira. Oliveira estava originalmente escalado para enfrentar Rafael Fiziev no evento, mas Fiziev desistiu há duas semanas após sofrer uma lesão no joelho, então Gamrot se ofereceu para intervir em curto prazo.
O desafiante número 4 do rating manterá seu lugar no rating dos leves, mas agora a questão é o que vem por aí para o ex-titular e futuro membro do Corridor da Fama?
Oliveira vinha de uma derrota devastadora por nocaute para Ilia Topuria na luta pelo título vago dos leves no UFC 317, no last de junho.
Considerando o quão unilateral foi sua derrota para Topuria, voltar à disputa do título não é realista no momento, mas Oliveira teve uma ideia inteligente para seu próximo adversário que certamente despertará o interesse dos fãs de luta ao redor do mundo.
Oliveira sugeriu que uma luta pelo título BMF contra Max Holloway seria mais adequada.
“Vamos fazer isso acontecer”, disse Oliveira sobre o possível confronto em entrevista pós-luta.
Oliveira e Holloway lutaram em 2015, quando os dois eram pesos penas, mas o confronto terminou cedo e sem cerimônia quando Oliveira sofreu uma lesão no esôfago menos de dois minutos do primeiro spherical.
Holloway está em alta com a vitória sobre Dustin Poirier na luta pela trilogia do título BMF em julho e não tem seu próximo oponente alinhado.
Na co-luta principal, Deiveson Figueiredo fez uma atuação certeira contra Montel Jackson e levantou a mão na decisão dividida no peso galo. O ex-bicampeão peso mosca não lutava em seu país desde que perdeu o cinturão peso mosca para Brandon Moreno devido a uma paralisação médica no UFC 283, em janeiro de 2023.
Figueiredo, de 37 anos, entrou no fim de semana como o candidato número 6 do rating até 135 libras e manterá sua posição entre os 10 primeiros depois de quebrar uma seqüência de duas derrotas consecutivas. Jackson, 33 anos, vinha de uma sequência de seis vitórias consecutivas e period favorito nas apostas de três para um sobre Figueiredo.
Também no card principal, Joel Alvarez apareceu sólido em sua estreia nos meio-médios. O ex-candidato aos leves infligiu danos ininterruptos ao antigo candidato aos 170 libras, Vicente Luque, e obteve uma vitória por decisão unânime.
Houve polêmica no primeiro spherical, quando a luta foi interrompida quando o árbitro achou que Alvarez havia cutucado Luque no olho; no entanto, foi um soco fechado que incomodou Luque. A luta foi retomada e Alvarez começou a dominar a ação, acertando 197 golpes no complete, contra apenas 31 de Luque.
Alvarez tem 23-3 em sua carreira profissional e melhorou para 8-2 no UFC com sua quarta vitória consecutiva. O jogador de 32 anos foi um dos finalizadores mais perigosos e um dos maiores atletas do peso leve, e seu corpo parece adequado para o peso meio-médio. Sua única derrota nos últimos 6,5 anos foi um nocaute técnico para o principal candidato aos leves, Arman Tsarukyan, no início de 2022.
Luque, por sua vez, perdeu duas consecutivas e cinco das últimas sete. O brasileiro de 33 anos está no elenco do UFC há mais de uma década e lutava em seu país pela primeira vez desde 2017.
Mario Pinto melhorou para 11 a 0 graças à vitória unilateral sobre Jhonata Diniz no peso pesado. Pinto é nocauteador, mas optou por usar o chão contra Diniz, ex-kickboxer profissional. Pinto, de Portugal, derrubou repetidamente Diniz, do Brasil, no chão e o prendeu em posições de crucifixo e montaria, acabando por conseguir um nocaute técnico no segundo spherical devido a golpes sem resposta.
Kaan Ofli conquistou sua primeira vitória no UFC com uma finalização no primeiro spherical sobre Ricardo Ramos na abertura do card principal. Ofli passou o início da luta defendendo as furiosas tentativas de chave de perna de Ramos, inverteu a posição para pegar as costas e travou no mata-leão em pé.
O UFC Rio foi o 41º evento da organização realizado no Brasil e o 13º no Rio de Janeiro.










