TO que a NBA é contada em temporadas é adequado. Medir um legado desta forma é tanto existencial quanto simbólico. Martin Heidegger argumentou que o tempo não é algo pelo qual passamos, mas a condição do nosso ser – menos um caminho do que uma pressão. Coisas pesadas, sim, mas a NBA sempre operou com peso semelhante.
As superestrelas millennials que estabilizaram a liga durante duas décadas estão agora entrando no crepúsculo: LeBron James (que completou 41 anos na terça-feira), Stephen Curry, Kevin Durant, Russell Westbrook, James Harden e Chris Paul. Na sua esteira surge algo genuinamente novo. Pela primeira vez, a próxima geração dominante da liga é inconfundivelmente internacional. A elite da geração Z da NBA emerge agora da Eslovênia, Sérvia, Grécia, Canadá e França.
O pipeline interno dos Estados Unidos ainda produz talentos, mas os excessos da cultura da AAU, o basquete universitário completo e a erosão dos fundamentos embotaram sua vantagem outrora esmagadora. Num jardim povoado pela sua própria vegetação, a questão é qual a estirpe que finalmente prospera.
Cada uma das estrelas milenares joga agora sob a pressão da finitude. Heidegger descreveu isso como viver na direção um remaining – uma consciência que aguça a responsabilidade em vez de diminuí-la. Esse sentido outline os ícones envelhecidos da liga. Para eles, responsabilidade significa mais uma corrida. Coletivamente, este grupo venceu 10 campeonatos e disputou 23 finais, mas as possibilities de um último triunfo são mínimas. Curry está se esforçando para estender o tempo de uma dinastia que está se desmantelando silenciosamente. LeBron é o maior contrato do Lakers e não é mais sua peça central. Westbrook busca relevância em uma lista vinculada à loteria. Harden continua produtivo, mas inseguro. Apenas Durant, recém-alinhado com uma equipe em ascensão de Houston, parece plausivelmente posicionado para mais um empurrão.
A questão da sucessão é inevitável. Os estadistas mais velhos Nikola Jokić (30) e Giannis Antetokounmpo (31) entendem o relógio bem o suficiente para saber que a urgência chegou. Shai Gilgeous-Alexander (27) parece capaz de ancorar algo durável em Oklahoma Metropolis, com Luka Dončić (26) e Victor Wembanyama (21) pressionando emblem atrás. A presença americana não desapareceu, mas diminuiu desde a década de 1990. Jalen Brunson, Anthony Edwards, Cade Cunningham e Jayson Tatum mantêm viva a ideia de sucessão doméstica, enquanto Cooper Flagg, de 19 anos, agora complica totalmente a hierarquia.
A NBA nunca se esforçou para definir sua imagem. Desde a sua ascensão à consciência nacional, a autoridade da liga fluiu através dos jogadores negros americanos que tornaram o jogo moderno e irresistível, mesmo enquanto navegavam em profundas contradições económicas. Mas o domínio se desgasta. O mundo se atualizou.
A Geração Z se transfer de maneira diferente. Foi pedido às gerações anteriores que incorporassem sistemas que raramente funcionavam a seu favor. Esses gamers chegam como marcas em si mesmos, livres da história. A coragem americana ainda é importante, mas já não viaja sozinha.
Durante décadas, apenas Hakeem Olajuwon perturbou brevemente a supremacia americana, e mesmo isso exigiu a reforma de Michael Jordan. Agora o equilíbrio mudou. A geração millennial remodelou o desporto – alargando o tiro, achatando posições, armando colectivos – mas mesmo as eras douradas terminam e o seu desaparecimento deixou um vácuo que nenhuma nação consegue preencher facilmente.
Há uma simetria desconfortável no tempo. À medida que a autoridade americana se suaviza no cenário world, o mesmo acontece com a sua hegemonia no basquetebol. Jogadores de países outrora periféricos ao desporto produzem agora os seus centros gravitacionais.
Um americano pode recuperar o manto? Até recentemente, a resposta não parecia convincente. Então chegou Cooper Flagg. À medida que seu chute se estabiliza, seu caminho fica mais claro – e começa onde a grandeza sempre foi definida: a defesa.
Ao longo das gerações, as estrelas verdadeiramente definidoras compartilharam não apenas o brilho, mas também a responsabilidade em ambas as extremidades. Julius Erving, Michael Jordan, Kobe Bryant e LeBron James poderiam dominar um jogo enquanto defendiam seu adversário mais perigoso. Essa mesma versatilidade bidirecional distingue Flagg. É o que dá peso histórico ao seu teto.
Atirado imediatamente para a responsabilidade de substituir as expectativas de Dončić, Flagg inicialmente vacilou. Mas depois que Dallas deixou o gerente geral Nico Harrison, a expiração coletiva permitiu que ele encontrasse o equilíbrio. Os Mavericks estão à margem do cenário do play-in, mas Flagg já verifica a caixa mais importante da liga: confiança.
O que o torna viável como o próximo rosto da NBA é a rara mistura de responsabilidade, versatilidade e controle em uma idade em que a maioria dos jogadores ainda está aprendendo a permanecer na quadra. Ele joga o basquete que a liga prefere elevar – bidirecional, conectivo, portátil. Seu impacto defensivo se assemelha ao dos grandes nomes da elite, enquanto suas leituras ofensivas refletem as dos criadores primários. Ele identifica incompatibilidades desde o início, alterna entre força e paciência e resiste a desperdiçar seus bens.
A NBA coroa jogadores em quem pode confiar. Sendo o jogador mais jovem da liga, Flagg já joga como um velho.
Se a NBA é moldada pela contingência e não pela cerimônia, então a passagem da tocha não é um evento, mas uma obrigação. A geração de LeBron carregou a liga até seus corpos cederem. O mundo deu um passo à frente para reivindicá-lo. Mas, como nos lembra Heidegger, o que importa não é o futuro que imaginamos, mas como lidaremos com ele quando ele chegar.
A liga não está esperando que Cooper Flagg se torne outra coisa. Já está respondendo ao que ele é.












