Líderes de todo o Sudeste Asiático e de outros lugares estão convergindo em Kuala Lumpur para a 47ª Cimeira da Asean, uma reunião semestral que se centra na crescente importância económica e estratégica do bloco. A cimeira deste ano é particularmente histórica, uma vez que Timor-Leste se junta como 11º membro da ASEAN, expandindo a organização pela primeira vez desde a década de 1990. A cimeira verá discussões sobre segurança regional, integração económica, acção climática e resolução de conflitos, com a participação de potências globais, incluindo os Estados Unidos, China, Japão, Índia e Austrália.
Uma expansão histórica
Timor Leste, também conhecido como Timor Leste, foi formalmente introduzido na Asean durante um evento cerimonial de hasteamento da bandeira em Kuala Lumpur. O Primeiro-Ministro Xanana Gusmão chamou-lhe um “sonho realizado” para a jovem nação, enfatizando a oportunidade de crescimento económico, comércio e capacitação dos jovens. Com uma população de 1,4 milhões de habitantes e um PIB de cerca de 2 mil milhões de dólares, Timor-Leste ganha acesso ao bloco económico de 680 milhões de pessoas da ASEAN e ao mercado de 3,8 biliões de dólares. Os analistas dizem que a sua inclusão reflecte o compromisso da ASEAN com a inclusão e a adaptabilidade no meio de mudanças geopolíticas globais.
Segurança regional e o acordo de paz Camboja-Tailândia
A cimeira surge na sequência da escalada das tensões no início deste ano entre o Camboja e a Tailândia sobre a sua fronteira há muito disputada. Sob a mediação da Malásia, ambas as nações concordaram com um cessar-fogo em Julho, e agora devem assinar um acordo de paz formal durante a cimeira. Espera-se que o presidente dos EUA, Donald Trump, juntamente com outros líderes da Asean, testemunhe a cerimônia. O acordo centra-se na demarcação de terras, na restauração de pilares fronteiriços e em mecanismos para evitar futuros confrontos, assinalando o papel da ASEAN como plataforma para a resolução pacífica de disputas regionais.
Trump dança em Kuala Lumpur para cimeira
O presidente dos EUA, Donald Trump, chegou a Kuala Lumpur no domingo, marcando a sua primeira viagem à Ásia desde que regressou à Casa Branca. A sua visita destaca o interesse estratégico dos Estados Unidos no Sudeste Asiático em meio à crescente influência chinesa. Recebido com alarde cerimonial e entusiasmo público, Trump foi visto dançando no tapete vermelho ao desembarcar do Força Aérea 1, antes de seguir para o native da cúpula. Espera-se também que ele mantenha discussões com o presidente chinês, Xi Jinping, durante a viagem regional mais ampla, enfatizando o papel da ASEAN como um centro essential na estratégia Indo-Pacífico de Washington.É a primeira visita de Trump a Kuala Lumpur como presidente, com o seu voo escoltado na aproximação last por dois jatos F-18 malaios.
PM Modi participará virtualmente
O primeiro-ministro Narendra Modi anunciou na semana passada que não participará pessoalmente na 47ª Cimeira da ASEAN em Kuala Lumpur, mas sim virtualmente, descartando uma possível reunião com o presidente dos EUA, Donald Trump, devido às celebrações do Diwali. “Respeito a sua decisão e estendo as minhas saudações por um feliz Deepavali a ele e a todo o povo da Índia”, disse o primeiro-ministro Anwar Ibrahim.
Agenda econômica e estratégica
Para além da resolução de conflitos, a cimeira centrar-se-á na integração económica, no comércio regional e nas oportunidades de investimento. Os líderes da Asean pretendem aumentar a resiliência da cadeia de abastecimento, o desenvolvimento da economia digital e o crescimento sustentável. O diálogo do bloco com os principais parceiros – incluindo a China, a Índia, o Japão e a Austrália – abordará questões como as alterações climáticas, o desenvolvimento de infra-estruturas e a segurança regional, equilibrando ao mesmo tempo as relações entre os EUA e a China num cenário económico altamente interligado.
Encruzilhada geopolítica
A abordagem consensual da ASEAN, muitas vezes chamada de “modo ASEAN”, foi testada por crises recentes, incluindo conflitos em Mianmar e preocupações com crimes cibernéticos. Espera-se que esta cimeira reforce o compromisso do bloco com a cooperação e a estabilidade regionais, ao mesmo tempo que aborda os interesses concorrentes das potências globais. Os analistas dizem que a inclusão de Timor-Leste e a mediação bem sucedida entre o Camboja e a Tailândia demonstram a capacidade crescente da ASEAN para enfrentar desafios internos e externos.
Alerta da Malásia sobre neutralidade
O ministro das Relações Exteriores da Malásia, Mohamad Hasan, alertou seus homólogos do Sudeste Asiático que o espaço da região para a neutralidade está diminuindo em meio à crescente rivalidade entre grandes potências, enquanto Trump faz sua primeira viagem à Ásia desde que retornou à Casa Branca. A reunião de sábado serviu de abertura para a cimeira anual da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que começa no domingo em Kuala Lumpur, seguida de dois dias de compromissos de alto nível com parceiros importantes, incluindo China, Japão, Índia, Austrália, Rússia, Coreia do Sul e EUA. Espera-se que os líderes se concentrem na segurança regional, na resiliência económica e nas disputas marítimas, com as tarifas dos EUA e a mudança nos padrões comerciais globais a pairarem sobre as discussões. “À medida que o cenário internacional se torna cada vez mais dominado pela contestação em vez do consenso, pela divisão em vez do diálogo, a ASEAN encontra-se numa encruzilhada”, disse Hasan aos seus homólogos. “O nosso espaço para a neutralidade e a centralidade está a diminuir, especialmente em áreas como o comércio, a tecnologia e os acordos de segurança regional”, acrescentou. “Devemos continuar a agir como oradores e não como alvos”.










