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As exportações de petróleo da Venezuela caem acentuadamente após a apreensão de petroleiro pelos EUA

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As exportações de petróleo venezuelano teriam caído drasticamente desde que os EUA apreenderam um navio-tanque esta semana e impuseram novas sanções às companhias marítimas e aos navios que fazem negócios com Caracas, de acordo com dados, documentos e fontes marítimas.

A apreensão pelos EUA do petroleiro Skipper na costa da Venezuela, na quarta-feira, foi a primeira captura pelos EUA de carga de petróleo venezuelana desde que as sanções foram impostas em 2019 e marcou uma escalada acentuada nas tensões crescentes entre a administração Trump e o governo de Nicolás Maduro.

Desde a apreensão, apenas navios-tanque fretados pela petrolífera norte-americana Chevron navegaram para águas internacionais transportando petróleo venezuelano, mostraram os dados revistos pela agência de notícias Reuters. A Chevron possui autorização do governo dos EUA para operar através de joint ventures no país e exportar seu petróleo para os EUA.

Outros navios-tanque que carregaram cerca de 11 milhões de barris de petróleo e combustível estão presos em águas venezuelanas, segundo fontes e dados vistos pela Reuters.

A procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, disse esta semana que o Skipper foi interceptado e retido sob um mandado de apreensão, enquanto a autoridade marítima da Guiana disse que ele arvorava falsamente a bandeira do país.

O petroleiro está agora indo para Houston, onde descarregará sua carga em navios menores. Washington está se preparando para interceptar mais navios que transportam petróleo venezuelano, disseram fontes familiarizadas com o assunto na quinta-feira, segundo a Reuters.

Imagens mostram forças dos EUA assumindo o controle de petroleiro na costa venezuelana – vídeo

A Venezuela condenou a apreensão do petroleiro como “roubo flagrante” e “pirataria internacional”, dizendo que iria apresentar queixas junto de organismos internacionais. Ao mesmo tempo, os legisladores venezuelanos tomaram medidas para retirar o país do tribunal penal internacional, que atualmente investiga alegadas violações dos direitos humanos no país sul-americano.

Depois de mais de 20 ataques militares dos EUA nas Caraíbas e no Pacífico contra alegados navios de droga este ano, e de um reforço militar em grande escala dos EUA no sul das Caraíbas, as relações entre os EUA e a Venezuela estão no seu ponto mais volátil em anos.

Quase 90 pessoas foram mortas nos ataques dos EUA a barcos suspeitos de tráfico de droga, alarmando os defensores dos direitos humanos e agitando o debate entre os legisladores dos EUA sobre a legalidade das acções.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, conversou por telefone com Maduro sobre “paz” na América do Sul, disse a presidência brasileira na sexta-feira.

Lula, um dos líderes mais influentes da América Latina, não falava com Maduro desde as eleições presidenciais de 2024 na Venezuela, cujos resultados o Brasil – juntamente com grande parte da comunidade internacional – não reconheceu.

A administração Trump não reconhece Maduro, no poder desde 2013, como o líder legítimo da Venezuela. Washington sinalizou que mais apreensões estão planejadas como parte dos esforços para sufocar os fluxos de petróleo sancionados e, posteriormente, impôs novas sanções a três sobrinhos da esposa de Maduro e a seis petroleiros ligados a eles.

Trump também sugeriu repetidamente a possibilidade de uma intervenção militar dos EUA na Venezuela.

Maduro diz que os EUA estão empenhados em mudar de regime e querem confiscar as reservas de petróleo da Venezuela.

Depois de sair secretamente do país para receber o Prêmio Nobel da Paz, a líder da oposição venezuelana, Maria Corina Machado, prometeu na sexta-feira que Maduro deixaria o poder “quer haja uma mudança negociada ou não”. No entanto, ela prometeu que estava focada numa transição pacífica e agradeceu a Trump pelo seu “apoio decisivo”.

Machado desafiou uma proibição de viagens de uma década e um período de clandestinidade para viajar para Oslo na quinta-feira, observando que em breve traria o Prêmio Nobel da Paz de volta para sua casa, na Venezuela.

Com a Reuters e a Agence France-Presse

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