“Espera-se que o furacão Melissa passe pelas Bermudas como um furacão de categoria 1. Embora não seja um impacto direto, o sistema passará perto o suficiente para garantir medidas de segurança preventivas”, publicou o governo das Bermudas nas redes sociais.
Depois que Melissa deixou a costa cubana, os residentes começaram a avaliar as perdas, com o presidente Miguel Diaz-Canel descrevendo os danos como “extensos”.
No leste da ilha, que enfrenta a sua pior crise económica em décadas, as pessoas lutaram contra casas inundadas e desabadas e ruas inundadas.
A tempestade quebrou janelas, derrubou cabos de energia e comunicações móveis e arrancou telhados e galhos de árvores.
As autoridades cubanas afirmaram que cerca de 735 mil pessoas foram evacuadas – principalmente nas províncias de Santiago de Cuba, Holguín e Guantánamo.
Em Santiago de Cuba, a dona de casa Mariela Reyes, 55 anos, contou como ventos violentos levantaram o telhado da sua humilde habitação e despejaram-no a um quarteirão de distância.
Ela conseguiu salvar seu aparelho de TV e alguns pequenos eletrodomésticos de sua casa inundada.
“Não é fácil perder… o pouco que se tem”, disse Reyes à AFP.
‘Área de desastre’
O Papa Leão ofereceu orações do Vaticano, enquanto os Estados Unidos disseram estar em contato com os governos da Jamaica, Haiti, República Dominicana e Bahamas.
“Temos equipes de resgate e resposta indo para as áreas afetadas, juntamente com suprimentos essenciais para salvar vidas”, disse o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, no X, sem mencionar o inimigo ideológico Cuba.
O governo do Reino Unido anunciou 2,5 milhões de libras (cerca de 5,7 milhões de dólares) em financiamento de emergência para a região.
Na Jamaica, o coordenador residente da ONU, Dennis Zulu, disse aos repórteres que Melissa trouxe “uma devastação tremenda e sem precedentes de infra-estruturas, de propriedades, de estradas, de conectividade de rede”.
O primeiro-ministro Andrew Holness declarou a ilha tropical famosa pelo turismo como uma “área de desastre” – muitas casas foram destruídas e cerca de 25 mil pessoas procuraram refúgio em abrigos.
A ministra da Informação, Dana Morris Dixon, disse à CNN que as autoridades não conseguiram confirmar relatos de mortes “porque não conseguimos chegar a algumas das áreas mais atingidas”.
‘Tudo se foi’

Pelo menos 20 pessoas no sul do Haiti, incluindo 10 crianças, morreram nas enchentes quando o furacão passou no início da semana, segundo o chefe da agência de defesa civil, Emmanuel Pierre.
Faltavam mais dez.
“Pessoas foram mortas, casas foram arrastadas pela água”, disse à AFP Steeve Louissaint, morador da cidade costeira de Petit-Goave, onde o rio Digue transborda.
O furacão Melissa empatou o recorde de 1935 como a tempestade mais intensa que já atingiu a costa quando atingiu a Jamaica na terça-feira, de acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA).
Em Seaford City, o agricultor e empresário Christopher Hacker viu o seu restaurante e as plantações de banana próximas serem destruídos.
“Tudo se foi”, disse ele à AFP. “Vai demorar muito para se recuperar disso.”
A extensão complete dos danos de Melissa ainda não está clara. Uma avaliação abrangente poderá levar dias, com as redes de comunicações interrompidas em toda a região.
O Secretário Executivo da ONU para as Alterações Climáticas, Simon Stiell, disse que estas megatempestades “são um lembrete brutal da necessidade urgente de intensificar a acção climática em todas as frentes, uma vez que trazem enormes custos humanos e económicos em todas as partes do mundo, e esses custos crescem mais rapidamente e maiores a cada ano”.
-Agência França-Presse
 
             
	