Nascido em Santiago, Kast estudou direito na universidade católica da cidade e é político há 30 anos.
Suas conquistas legislativas limitaram-se à aprovação de leis que permitiam a construção de estátuas, à concessão de passaporte chileno a uma freira e a leis que regulamentavam loterias.
Católico convicto, ele rompeu com o principal partido conservador do Chile em 2016 para fundar o Partido Republicano, mais radical.
Ele se opõe ao aborto em casos de estupro e é contra a contracepção de emergência, o divórcio, o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a eutanásia.
Certa vez, ele proibiu sua esposa, advogada, Maria Pia Adriasola, de usar pílulas anticoncepcionais.
Ele também expressou admiração pela ditadura de Augusto Pinochet, normal responsável pela morte de mais de 3.000 chilenos.
O mais novo de 10 irmãos, ele herdou um bem-sucedido negócio de salsichas de seus pais imigrantes alemães.
Acredita-se que seu pai tenha sido membro do Partido Nazista e lutado na Segunda Guerra Mundial.
Kast disse que foi um recrutamento forçado e que não acreditava na ideologia nazista.
Durante a campanha, Kast apareceu atrás de um vidro à prova de balas e admitiu portar um revólver.
Ainda assim, a biógrafa Amanda Marton descreveu-o como “sóbrio, pragmático, calmo, comparado com outros líderes de extrema direita”.
Ao contrário do ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, do atual líder da Argentina, Javier Milei, ou de Donald Trump, dos Estados Unidos, Kast é visto como reservado e cauteloso.
“Ele é muito mais conservador e carece de carisma”, disse Robert Funk, cientista político da Universidade do Chile.
Os defensores dizem que um comportamento calmo faz parte de seu apelo.
“Ele não insulta nem provoca”, disse a aposentada Maria Eugenia Rosas, 69 anos, na cidade central de Temuco.
Mas ex-colegas o descrevem como autoritário: “Você está com ele ou contra ele”, lembrou a jornalista Lily Zuniga.
“Ele se sente nascido para a grandeza”, disse Zuniga.
Um porta-voz da campanha elogiou a sua persistência e ética de trabalho, argumentando que ele pode ser flexível quando necessário.
Na sua campanha vitoriosa, Kast minimizou a sua agenda conservadora e concentrou-se na segurança e na migração.
A analista Claudia Heiss diz que “ele não” moderou.
Kast alertou os migrantes sem documentos para “fazerem as malas e partirem”.
Ele alegou que a imigração é uma conspiração da “esquerda radical” para acabar com as liberdades e que os imigrantes estão a tirar casas, camas de hospital e fundos governamentais aos chilenos.
“Disseram-nos que não podem fechar as fronteiras e agora não podemos abrir as nossas janelas por medo da violência”, disse ele.
Sua ascensão ocorre em meio a uma onda conservadora que varre a América Latina e após a reeleição de Trump nos EUA.
-Agência França-Presse










