A Coreia do Norte enviou tropas para limpar minas na região russa de Kursk no início deste ano, disse o líder Kim Jong-un num discurso divulgado no sábado pela mídia estatal, um raro reconhecimento por parte de Pyongyang das tarefas mortais atribuídas aos seus soldados destacados.
De acordo com agências de inteligência sul-coreanas e ocidentais, a Coreia do Norte enviou milhares de soldados para apoiar a invasão da Ucrânia pela Rússia, que já dura quase quatro anos.
Analistas dizem que a Rússia está a dar à Coreia do Norte ajuda financeira, tecnologia militar, alimentos e fornecimentos de energia em troca, permitindo que a nação diplomaticamente isolada evite duras sanções internacionais aos seus programas nuclear e de mísseis.
Saudando o regresso de um regimento de engenharia, Kim observou que eles escreveram “cartas às suas cidades e aldeias natais nos intervalos do horário de desminagem”, de acordo com a Agência Central de Notícias da Coreia (KCNA).
Nove membros do regimento morreram durante o destacamento de 120 dias que começou em agosto, disse Kim em seu discurso em uma cerimônia de boas-vindas na sexta-feira, informou a KCNA.
Ele concedeu honras de estado aos falecidos para “adicionar brilho eterno” à sua bravura.
“Todos vocês, oficiais e soldados, demonstraram heroísmo em massa superando cargas físicas e mentais inimagináveis quase todos os dias”, disse Kim.
As tropas conseguiram “realizar um milagre ao transformar uma vasta área de zona de perigo numa zona segura e protegida em menos de três meses”.
Imagens divulgadas pela KCNA mostraram um sorridente Kim abraçando soldados que retornaram, alguns dos quais pareciam feridos e em cadeiras de rodas, na cerimônia em Pyongyang na sexta-feira.
Um deles parecia visivelmente emocionado enquanto Kim segurava sua cabeça e sua mão enquanto ele estava sentado em uma cadeira de rodas com uniforme militar.
Outras imagens mostraram Kim consolando famílias dos falecidos e ajoelhando-se diante do retrato de um soldado caído para prestar sua homenagem, colocando o que pareciam ser medalhas e flores ao lado de imagens dos mortos.
O líder norte-coreano também mencionou a “dor de esperar 120 dias em que nunca se esqueceu dos filhos amados nem por um momento”.
Em Setembro, Kim apareceu ao lado do líder da China, Xi Jinping, e do presidente russo, Vladimir Putin, num elaborado desfile militar em Pequim.
Kim não respondeu a uma oferta de Donald Trump para se encontrar durante a viagem do presidente dos EUA à Ásia, em outubro.
A Coreia do Norte só confirmou em Abril que tinha destacado tropas para apoiar a Rússia e que os seus soldados tinham sido mortos em combate.
Numa cerimónia anterior, em agosto, imagens divulgadas pela KCNA mostraram um Kim emocionado abraçando um soldado que regressou e que parecia oprimido, enterrando o rosto no peito do líder.
No início de julho, a mídia estatal mostrou um Kim visivelmente emocionado homenageando caixões cobertos com bandeiras, aparentemente dos soldados falecidos voltando para casa.












