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Manifestantes entram em confronto com a polícia no Equador em meio a greve nacional por causa dos preços dos combustíveis

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Manifestantes protestam contra o governo do presidente Daniel Noboa (Créditos da imagem: AP)

QUITO: Multidões que protestavam contra o aumento dos preços dos combustíveis invadiram as ruas da capital do Equador, Quito, no domingo, queimando pneus, bloqueando estradas e enfrentando policiais que responderam com saraivadas de gás lacrimogêneo. Foi o último confronto de uma série de manifestações nacionais que testaram o presidente Daniel Noboa. Os manifestantes no domingo assobiaram e gritaram “Fora Noboa, fora!” enquanto marchavam do sul de Quito em direção a um parque mais ao norte. Antes que pudessem chegar à praça, policiais em motocicletas dispersaram a manifestação, disparando gás lacrimogêneo contra a multidão. Nenhum ferimento foi relatado imediatamente. A maior organização indígena do Equador convocou greves há 21 dias em resposta à remoção de um subsídio ao combustível que elevou o preço do diesel de US$ 1,80 por galão para US$ 2,80. Os protestos tornaram-se frequentemente violentos, com um civil morto até agora, dezenas de feridos e mais de uma centena detidos em confrontos com a polícia. Noboa impôs estado de emergência em 10 províncias, restringindo reuniões públicas em Quito e outras áreas. Na semana passada, os manifestantes atacaram a comitiva de Noboa com pedras, numa grande escalada. Como os protestos se concentraram em grande parte nas províncias do norte do país, a manifestação de domingo em Quito colocou as autoridades em alerta máximo. Milhares de policiais com equipamento de choque invadiram a capital nos últimos dias. A última manifestação coincidiu com o Dia da Interculturalidade e Plurinacionalidade, o substituto do Equador para o Dia de Colombo, que reconhece a sua população indígena, em vez da chegada do explorador italiano às Américas em 1492. O aumento dos preços dos combustíveis afecta particularmente os povos indígenas que trabalham nos sectores cruciais da agricultura, pesca e transportes do Equador. O Presidente Noboa argumenta que o governo precisava de reduzir o subsídio de 1,1 mil milhões de dólares para reforçar as finanças do país e combater o contrabando desenfreado de combustível através das fronteiras do Equador para a Colômbia e o Peru. Mas as medidas provocaram indignação generalizada. “Os diferentes setores sociais, o movimento indígena, os trabalhadores, a juventude, os bairros de Quito, os povos do Equador, estamos nos levantando contra as políticas neoliberais e de indução à fome do ditador Noboa”, disse Nelson Erazo, um líder sindical no comício de domingo, à Related Press, referindo-se à remoção de subsídios do governo e a outras medidas recentes de corte de custos de Noboa, como a demissão de milhares de funcionários públicos. Noboa percorreu diversas regiões agitadas e ofereceu bônus a agricultores e trabalhadores de transportes públicos com dificuldades financeiras. Mas recusou-se a negociar com a federação indígena.



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