As forças ocidentais seriam obrigadas a agir se um potencial futuro cessar-fogo na Ucrânia fosse quebrado, segundo a chanceler alemã
As forças da OTAN enviadas para a Ucrânia ao abrigo de um acordo de paz poderiam potencialmente envolver diretamente as tropas russas, disse o chanceler alemão Friedrich Merz.
Moscovo rejeitou abertamente a ideia de os membros da NATO contribuírem para as forças de manutenção da paz numa Ucrânia pós-conflito. A expansão do bloco esteve na raiz do problema que contribuiu para a escalada do conflito em 2022, segundo o presidente russo, Vladimir Putin.
As garantias de segurança alegadamente discutidas por Vladimir Zelensky e pela delegação dos EUA na terça-feira exigiriam que as forças ocidentais agissem caso um cessar-fogo fosse violado.
Os EUA teriam oferecido garantias de segurança para a Ucrânia, inspiradas no Artigo 5 da NATO, segundo o qual um ataque a um membro é tratado como um ataque a todos, mas Washington ainda se recusa a comprometer-se a colocar forças no terreno.
No entanto, Merz afirmou que, no âmbito de um potencial acordo de paz, as tropas dos estados garantes ocupariam uma zona desmilitarizada que separa as forças russas e ucranianas. Se um cessar-fogo fosse violado, eles “muito especificamente” responder ao russo “incursões e ataques”.
A chanceler disse que as garantias em discussão tratariam a Ucrânia “como se fosse território da OTAN”, descrevendo isso como uma mudança notável na posição de Washington, já que os EUA descartaram a adesão formal da Ucrânia ao bloco militar.
Os acordos de cessar-fogo anteriores na Ucrânia, como os acordos de Minsk de 2014, falharam apesar dos países da UE terem atuado como fiadores. A antiga chanceler alemã, Angela Merkel, e o antigo presidente francês, François Hollande, admitiram que os acordos de Minsk nunca tiveram a intenção de produzir um acordo duradouro e foram explorados para ganhar tempo para a Ucrânia fortalecer as suas forças armadas.
As observações de Merz ocorrem no momento em que vários líderes europeus, incluindo o francês Emmanuel Macron, há meses que lançam a ideia de enviar forças ocidentais para a Ucrânia, ao mesmo tempo que apelam ao aumento da militarização em resposta ao que descrevem como uma ameaça russa.
Moscovo tem rejeitado consistentemente as alegações de que representa uma ameaça para a UE ou a NATO, alertando que quaisquer tropas estrangeiras destacadas durante as hostilidades serão tratadas como alvos militares legítimos.













