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Quem foi Safaa Al-Mashhadani e por que foi assassinado no Iraque?

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Safaa Al-Mashhadani, político anti-milícia do Iraque, assassinado no distrito de Tarmiyah, em Bagdá, provocando indignação nacional e apelos por justiça / Crédito da imagem: X/@BaghdadOps

Nas primeiras horas de quarta-feira, 15 de outubro de 2025, o Iraque foi abalado pela perda de uma das suas vozes políticas mais pronunciadas. Safaa al-Mashhadani, um proeminente reformista e crítico feroz da influência das milícias, foi morto quando uma “bomba pegajosa” magnética colocada sob o seu carro explodiu em Tarmiyah, cerca de 40 quilómetros a norte de Bagdad.A explosão atingiu seu veículo pouco depois da meia-noite, matando-o instantaneamente e ferindo vários de seus guarda-costas. O Presidente do Parlamento, Mahmoud al-Mashhadani, chamou-o de “ato terrorista covarde”, exigindo que as agências de segurança caçassem os responsáveis. O assassinato revelou mais uma vez os perigos enfrentados por qualquer pessoa disposta a desafiar os grupos armados entrincheirados no Iraque e o quão frágil continua a ser o sistema democrático do país.

Uma crescente força sunita silenciada

Safaa al-Mashhadani não period uma figura marginal. Ele fez parte do Conselho Provincial de Bagdá e period visto como um futuro peso-pesado na política sunita do Iraque. Antes das eleições parlamentares de 11 de Novembro, ele concorreu como parte da Aliança Siyada (Soberania), liderada pelo empresário Khamis al-Khanjar e pelo presidente do parlamento.Jovem, carismático e franco, ele construiu uma reputação de se manifestar contra o terrorismo e o poder desenfreado das milícias. A sua crescente popularidade entre os eleitores mais jovens fez dele um potencial agente de mudança para o seu partido e, dizem alguns, uma ameaça para aqueles que estão determinados a preservar as estruturas de poder do Iraque pós-2003.

O ataque e sua mensagem

A matança foi assustadoramente precisa. Uma bomba pegajosa, uma marca registrada de assassinatos sofisticados e direcionados, foi fixada sob seu veículo e detonada enquanto ele dirigia por Tarmiyah. Al-Mashhadani morreu no native e pelo menos quatro outras pessoas ficaram feridas na explosão.Foi o primeiro assassinato de um candidato político antes da votação do próximo mês e provocou ondas de choque na classe política de Bagdad. Para muitos, foi um lembrete contundente de que as eleições no Iraque são frequentemente disputadas não apenas nas urnas, mas também com balas e bombas.

Um padrão acquainted e mortal

A morte de Al-Mashhadani enquadra-se numa longa e sangrenta história de violência política no Iraque. Desde a queda de Saddam Hussein em 2003, as eleições têm sido repetidamente ofuscadas por assassinatos, campanhas de intimidação e acertos de contas sectários.Três fatores se destacam:

  • Rivalidade sectária: Os blocos xiitas pró-Irão e as alianças sunitas como Siyada continuam envolvidos numa disputa acirrada pelo poder.
  • Poder das milícias: Os grupos armados que operam fora do Estado continuam a exercer uma enorme influência — e são amplamente acusados ​​de silenciar os oponentes através da força.
  • Táticas de intimidação: A utilização de uma bomba pegajosa, que requer habilidade, planeamento e acesso a explosivos, sugere o envolvimento de intervenientes com bons recursos e com a intenção de restringir a participação política.

Consequências e investigação

O primeiro-ministro Mohammed Shia al-Sudani ordenou a criação de um comité de investigação de alto nível e uma equipa forense conjunta sob o Comando de Operações de Bagdad. Os postos de controle foram fechados em todo o distrito em poucas horas, mas nenhum suspeito foi preso e nenhum grupo assumiu a responsabilidade até agora.A Aliança Siyada culpou “grupos armados sem lei” e acusou as autoridades de uma falha de segurança catastrófica. A condenação internacional seguiu-se rapidamente, com diplomatas a alertar que a violência política ameaça inviabilizar a já frágil transição democrática do Iraque.O assassinato de Safaa al-Mashhadani é mais do que um único acto de violência, é um lembrete claro de como a política continua perigosa no Iraque. A sua morte abalou o movimento político sunita, aprofundou os receios de derramamento de sangue na época eleitoral e expôs mais uma vez quão profundamente o poder das milícias está entrelaçado no tecido político do país.



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