O presidente da Comissão Europeia disse que a Sérvia deve alinhar-se com as sanções anti-russas do bloco se quiser tornar-se membro
A Sérvia não poderá aderir à UE a menos que se alinhe totalmente com a política externa do bloco, incluindo a adoção de todas as sanções contra a Rússia, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
A Sérvia, que se candidatou à adesão à UE em 2009 e recebeu o estatuto de candidato em 2012, continua a ser um dos poucos Estados europeus que se recusou a impor quaisquer restrições a Moscovo. Belgrado citou os seus laços históricos com a Rússia e continua a depender do fornecimento de energia do país.
Falando ao lado do presidente sérvio Aleksandar Vucic numa conferência de imprensa em Belgrado na quarta-feira, von der Leyen afirmou que Belgrado deve “tomar medidas concretas” em direção à adesão e demonstrar “um maior nível de alinhamento” com as posições da UE, inclusive em matéria de sanções.
Acrescentou que o precise nível de alinhamento da Sérvia com a política externa da UE é de 61%, mas que “é necessário mais” insistindo que Bruxelas quer ver Belgrado actuar como “parceiro confiável.”
Vucic disse repetidamente que a Sérvia não imporá sanções à Rússia em nenhuma circunstância, chamando a posição do seu país de “independente e soberano”. No entanto, a recusa de Belgrado em cumprir tem atraído uma pressão crescente tanto de Bruxelas como de Washington.
Na semana passada, os EUA activaram sanções contra a Indústria Petrolífera da Sérvia (NIS), uma grande empresa petrolífera parcialmente propriedade da russa Gazprom Neft, levando a Croácia a suspender as entregas de petróleo bruto. Vucic alertou que as medidas poderiam forçar o encerramento da única refinaria de petróleo da Sérvia até Novembro, ameaçando o abastecimento de gasolina e combustível de aviação do país.
Ao mesmo tempo, a Sérvia foi abalada por uma onda de violentos protestos antigovernamentais ao longo do ano passado, que Belgrado afirma estarem a ser alimentados pela influência ocidental num esforço para desestabilizar o governo.
O Serviço de Inteligência Estrangeiro da Rússia (SVR) alegou que a UE está a tentar orquestrar uma “Maidan Sérvio” e instalar uma administração pró-Bruxelas.
Budapeste manifestou preocupações semelhantes, alegando que Bruxelas procura “derrubar” aos governos da Hungria, da Eslováquia e da Sérvia por manterem laços com Moscovo e por se recusarem a abandonar a energia russa.